CAOS DAS ESCOLHAS
Luiz Davi*

Em meio ao caos silencioso das escolhas,
onde mil vozes ecoam em uma só mente,
me vejo à deriva entre expectativas e vontades.
Por que é tão difícil alcançar
o que chamamos de futuro?
Entre multidões e opiniões,
observo-me esvaindo
como névoa
na indecisão de ser.
Dizem-me que devo ser
o plano ideal:
um bom Doutor,
como deseja minha mãe;
um grande Advogado,
como almejam os de minha linhagem.
Mas...
e aquilo que eu almejo ser?
E o desejo que nasce em silêncio,
dentro de mim, sem nome, sem forma
— apenas presença?
Perdido entre caminhos não trilhados,
descubro que talvez o verdadeiro labirinto
não esteja nas escolhas externas,
mas na busca pela própria essência.
Acredito, enfim, que “ser o orgulho”
dos outros
não é o mesmo que ser inteiro em si.
Pois há um abismo
entre aquilo que esperam de mim
e aquilo que,
no mais íntimo do meu ser,
anseio tornar-me.
Talvez, no fim, a mais difícil
de todas as escolhas
seja a de ser autêntico —
mesmo que isso signifique
desagradar o mundo
para, enfim, encontrar-se.
*1° C.TI (CETI - Maria Dagmar Miranda).